quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Não conformidade, compromisso Cristão.

Vivemos num mundo que tem sido manchado, por milhares de anos, pelo pecado. Estamos rodeados por violência, pornografia, desonestidade e falsa religião. Deus não pretende que nos isolemos deste mundo, mas que fujamos dos seus pecados e brilhemos como luzes num mundo de trevas. 
“Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, pois eles não são do mundo, como eu também não sou. Não rogo que os tires do mundo, mas que os protejas do Maligno. Eles não são do mundo, como eu também não sou. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade. Assim como me enviaste ao mundo, eu os enviei ao mundo. Em favor deles eu me santifico, para que também eles sejam santificados pela verdade. Minha oração não é apenas por eles. Rogo também por aqueles que crerão em mim, por meio da mensagem deles, para que todos sejam um, Pai, como tu estás em mim e eu em ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.” (João 17:14-21)
“Você, porém, homem de Deus, fuja de tudo isso e busque a justiça, a piedade, a fé, o amor, a perseverança e a mansidão.” (1 Timóteo 6:11)
"Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. E, também, ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Pelo contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos os que estão na casa. Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus". (Mateus 5:14-16)
Nunca foi fácil viver como povo santificado num mundo de corrupção e injustiça, mas é possível. Jesus provou isso durante uma vida de pureza sem pecado. É nossa responsabilidade seguir seus passos:
"Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos, o qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca" (1 Pedro 2:21-22).
Por conta destas verdades divinas, procuramos demonstrar como o processo de evangelização pode operar profundas modificações sociais. Buscando na palavra normas e regras Cristãs de conduta, com a finalidade de reconduzir pessoas e por conseguinte, comunidades, a uma vivência plena, com o descortinar de oportunidades baseadas em escolhas firmadas na Palavra, que é viva e eficaz. 

Através de uma análise pessoal, eliminar bloqueios que dificultam a quebra de barreiras e paradigmas. Foi confiado à Igreja manifestar o mistério de Deus, já que Deus que é o fim último do homem, ao mesmo tempo revela ao homem o sentido de sua própria existência, a saber, a verdade essencial a respeito do homem. 

A Igreja precisa ser instruída que só o Deus, ao qual serve, responde às aspirações mais profundas do coração humano, que nunca se sacia plenamente com os alimentos terrestres. Essa verdade, enriquecida com os dons de Jesus e observando fielmente os Seus preceitos, confirma a missão de anunciar o Reino de Deus, e de estabelecê-lo em todos os povos. 

Não estamos separados do mundo, vivemos nele. Por isso, os membros da Igreja estão sujeitos à influência do mundo. Respiram a sua cultura, aceitam as leis e absorvem os costumes. Este contato permanente, que a Igreja tem com a sociedade temporal, impõe-lhe uma problemática contínua. Por um lado a vida cristã, como a Igreja defende e promove, que deve com perseverança e tenacidade preservar-se de tudo quanto pode enganá-la, profaná-la e sufocá-la, procurando imunizar-se do contágio do erro e do mal; por outro lado, a vida cristã que não pode se adaptar às formas do pensamento e da moral, que o ambiente terreno lhe oferece e tenta impor. 
É oferecido aos homens o Evangelho, documento profético, capaz de corresponder às exigências e aspirações do coração humano: é e será sempre a “Boa Nova”, a “Novidade de Vida”. Tudo o que é humano nos diz respeito. Temos, em comum com a humanidade inteira, a natureza, isto é, a vida com todos os seus dons e problemas.



sábado, 27 de agosto de 2016

O Novo Pacto - Maiores e melhores promessas


Da mesma forma, depois da ceia, tomou o cálice, dizendo: "Este cálice é a nova aliança no meu sangue, derramado em favor de vocês.
Lucas 22:20
Revelado pelas escrituras são os pactos divinos, soberanamente estabelecidos. As partes nesses eram decididamente desiguais: O Deus infinito e o homem finito. Paulo resumiu os vários pactos no Antigo Testamento como sendo as alianças do promessa.
naquela época vocês estavam sem Cristo, separados da comunidade de Israel, sendo estrangeiros quanto às alianças da promessa, sem esperança e sem Deus no mundo.
Efésios 2:12
Há tanto uma unidade básica fundamentando os pactos divinos bem como um desenvolvimento progressivo neles. O cerne dos “pactos da promessa” de Deus é: 
Por isso vocês serão o meu povo, e eu serei o seu Deus
Jeremias 30:22
Essa idéia ocorre inúmeras vezes na Escritura. O povo se torna intimamente relacionado com o Deus da criação e redenção. Um exemplo bastante demonstrativo é o Livro de Deuteronômio. Cristo é a confirmação das promessas de Deuse Cristo tinha consciência que era o “Mensageiro do Pacto”. 
Pois eu lhes digo que Cristo se tornou servo dos que são da circuncisão, por amor à verdade de Deus, para confirmar as promessas feitas aos patriarcas,
Romanos 15:8
O Novo pacto foi estabelecido por Cristo, o “mensageiro do Pacto”, no cenáculo, na noite anterior a sua crucificação. Ele foi estabelecido entre ele e o seu povo. O Novo Pacto é a consumação dos vários pactos divinos progressivos, que desenvolveram o plano Redentor de Deus na era do Antigo Testamento.

Na dinâmica desse conhecimento incluem-se a convivência fraterna, o estudo da Palavra de Deus e sua conscientização, a planificação racional da ação evangelizadora e os caminhos para atingir seus objetivos. A formação integral precisa ser fundamentalmente, vivencial. Sendo vivencial, está aberta a análise, ao estudo e à crítica dos desafios e dos problemas contemporâneos, sempre à luz da fé e dos critérios do Reino de Deus. Sobretudo, para viver em unidade. 

Cada um é chamado a crescer incessantemente na intimidade com Jesus Cristo, na conformidade com a vontade do Pai, na dedicação aos irmãos, na caridade e na justiça. Revela-se hoje cada vez mais urgente no sentido de aprofundamento da fé, mas também pela exigência de racionalizar a esperança. Numa realidade de mundo que praticamente, desconhece a esperança e, por isso, vive o desespero, o cristão, ressuscitado com Cristo para a “Novidade de Vida”, tem de saber da razão da esperança. Esperança de transformação evangélica da realidade temporal; esperança de uma “nova terra” onde haja justiça, solidariedade, fraternidade e perdão; esperança, pelo Reino definitivo. Nesse campo está a “decidida promoção da cultura” de várias formas empenhados no campo social e político. É absolutamente indispensável uma consciência mais exata da doutrina social da Igreja. 

Perceberá que todos estão buscando ser perfeito como o Pai celeste “e se sentirá estimulado acompanhá-los”. É necessário descobrir em si mesmos talentos que desconheciam e aperfeiçoarão suas habilidades de comunicação, tão necessárias a quem precisa evangelizar no terceiro milênio. O compromisso de se criar uma comunidade de irmãos e irmãs comprometidos com o mesmo ideal, impulsionados pela mesma fé, alimentados pelo mesmo pão da Palavra, da reflexão, da oração. 

A solidariedade tornará os membros capazes de sorrir com os que se alegram e chorar com os que sofrem. Será a continuação do lar de cada um, a extensão de sua própria família. Se alguém estiver carregando um problema em seu coração e não sentir, entre os irmãos, que pode dividir com eles sua dor, depressa concluirá que seus amigos são bons para ensinar, mas não tão bons para pôr em prática o que ensinam.


quinta-feira, 21 de julho de 2016

Vivendo sem condenação


A herança também está prometida aos que crêem em Jesus Cristo. A lei não pode conceder a herança, pois encerra tudo sob o pecado e o pecado não recebe bênção, apenas castigo.
Mas a Escritura encerrou tudo debaixo do pecado, a fim de que a promessa, que é pela fé em Jesus Cristo, fosse dada aos que crêem.

(Gálatas 3:22-22)

A promessa se cumpriu em Jesus Cristo, descendência de Abraão, para que alcançássemos a herança pela fé. A herança tem a ver com terra e filhos, mas não apenas no sentido material.

Pois ele esperava a cidade que tem alicerces, cujo arquiteto e edificador é Deus. (Hebreus 11:10-10)

Pela fé, somos peregrinos neste mundo e esperamos uma morada na eternidade, junto a Deus, herança final alcançada pela fé em Jesus Cristo, nosso Salvador.

Todos estes ainda viveram pela fé, e morreram sem receber o que tinha sido prometido; viram-nas de longe e de longe as saudaram, reconhecendo que eram estrangeiros e peregrinos na terra. Os que assim falam mostram que estão buscando uma pátria. Se estivessem pensando naquela de onde saíram, teriam oportunidade de voltar. Em vez disso, esperavam eles uma pátria melhor, isto é, a pátria celestial. Por essa razão Deus não se envergonha de ser chamado o Deus deles, pois preparou-lhes uma cidade. (Hebreus 11:13-16)


Enquanto peregrinamos neste mundo, são gerados os filhos na fé, pelo Espírito Santos, por nossa instrumentalidade.

O Senhor disse a Satanás: "Pois bem, tudo o que ele possui está nas suas mãos; apenas não encoste um dedo nele". Então Satanás saiu da presença do Senhor. Certo dia, quando os filhos e as filhas de Jó estavam num banquete, comendo e bebendo vinho na casa do irmão mais velho. (Jó 1:12,13)


A Promessa se Cumpre com a Morte. Abraão creu em Deus que o chamou. Sua fé foi tão grande a ponto de oferecer seu próprio e único filho em holocausto sobre o altar.
Pela fé Abraão, quando Deus o pôs à prova, ofereceu Isaque como sacrifício. Aquele que havia recebido as promessas estava a ponto de sacrificar o seu único filho, embora Deus lhe tivesse dito: "Por meio de Isaque a sua descendência será considerada". Abraão levou em conta que Deus pode ressuscitar os mortos; e, figuradamente, recebeu Isaque de volta dentre os mortos. (Hebreus 11:17-19)


Sim, porque a partir do momento em que chegou a colocar o filho sobre o altar já o sacrificou, crendo que Deus o pudesse ressuscitar. O ato em si não foi necessário, porque Deus providenciou o carneiro.

Passado algum tempo, Deus pôs Abraão à prova, dizendo-lhe: "Abraão! " Ele respondeu: "Eis-me aqui". Então disse Deus: "Tome seu filho, seu único filho, Isaque, a quem você ama, e vá para a região de Moriá. Sacrifique-o ali como holocausto num dos montes que lhe indicarei". Na manhã seguinte, Abraão levantou-se e preparou o seu jumento. Levou consigo dois de seus servos e Isaque seu filho. Depois de cortar lenha para o holocausto, partiu em direção ao lugar que Deus lhe havia indicado. No terceiro dia de viagem, Abraão olhou e viu o lugar ao longe. Disse ele a seus servos: "Fiquem aqui com o jumento enquanto eu e o rapaz vamos até lá. Depois de adorarmos, voltaremos". Abraão pegou a lenha para o holocausto e a colocou nos ombros de seu filho Isaque, e ele mesmo levou as brasas para o fogo, e a faca. E caminhando os dois juntos, Isaque disse a seu pai Abraão: "Meu pai! " "Sim, meu filho", respondeu Abraão. Isaque perguntou: "As brasas e a lenha estão aqui, mas onde está o cordeiro para o holocausto?" Respondeu Abraão: "Deus mesmo há de prover o cordeiro para o holocausto, meu filho". E os dois continuaram a caminhar juntos. Quando chegaram ao lugar que Deus lhe havia indicado, Abraão construiu um altar e sobre ele arrumou a lenha. Amarrou seu filho Isaque e o colocou sobre o altar, em cima da lenha.
Então estendeu a mão e pegou a faca para sacrificar seu filho. Mas o Anjo do Senhor o chamou do céu: "Abraão! Abraão! " "Eis-me aqui", respondeu ele. "Não toque no rapaz", disse o Anjo. "Não lhe faça nada. Agora sei que você teme a Deus, porque não me negou seu filho, o seu único filho." Abraão ergueu os olhos e viu um carneiro preso pelos chifres num arbusto. Foi lá, pegou-o e sacrificou-o como holocausto em lugar de seu filho. Abraão deu àquele lugar o nome de "O Senhor proverá". Por isso até hoje se diz: "No monte do Senhor se proverá". Pela segunda vez o Anjo do Senhor chamou do céu a Abraão e disse: "Juro por mim mesmo", declara o Senhor, "que por ter feito o que fez, não me negando seu filho, o seu único filho, esteja certo de que o abençoarei e farei seus descendentes tão numerosos como as estrelas do céu e como a areia das praias do mar. Sua descendência conquistará as cidades dos que lhe forem inimigos e, por meio dela, todos povos da terra serão abençoados, porque você me obedeceu". Então voltou Abraão a seus servos, e juntos partiram para Berseba, onde passou a viver. (Gênesis 22:1-19)

Esse sacrifício foi um tipo, uma figura, do que aconteceria com o Filho de Deus em favor da humanidade. Enquanto não chegou a plenitude dos tempos, para o cumprimento final da promessa de Deus, havia a lei que exigia a morte de animais, cujo sangue, pela fé, podia purificar os pecadores arrependidos.

De fato, segundo a Lei, quase todas as coisas são purificadas com sangue, e sem derramamento de sangue não há perdão.(Hebreus 9:22)

Jesus Cristo veio ao mundo para oferecer-se sobre a cruz, em lugar de todos os pecadores da humanidade; derramou o seu sangue precioso para nos salvar. Cumpriu-se a promessa feita a Abraão: a salvação pela fé. Foi necessária a morte do Filho porque sem a morte não há posse da herança. O testador precisa morrer para que os herdeiros recebam a herança. O testamento só é confirmado no caso de mortos, pois enquanto o testador vive não há como liberar a herança que ele deixou. O autor aos Hebreus afirma que Jesus Cristo, Mediador da nova aliança, morreu para a remissão das transgressões apontadas na primeira aliança, pela lei; somente assim todos que são chamados podem receber a promessa da eterna herança.


Por essa razão, Cristo é o mediador de uma nova aliança para que os que são chamados recebam a promessa da herança eterna, visto que ele morreu como resgate pelas transgressões cometidas sob a primeira aliança. No caso de um testamento, é necessário que comprove a morte daquele que o fez; pois um testamento só é validado no caso de morte, uma vez que nunca vigora enquanto está vivo aquele que o fez. Por isso, nem a primeira aliança foi sancionada sem sangue. Quando Moisés terminou de proclamar todos os mandamentos da Lei a todo o povo, levou sangue de novilhos e de bodes, juntamente com água, lã vermelha e ramos de hissopo, e aspergiu o próprio livro e todo o povo, dizendo: "Este é o sangue da aliança que Deus ordenou que vocês obedeçam". Da mesma forma, aspergiu com o sangue o tabernáculo e todos os utensílios das suas cerimônias. De fato, segundo a Lei, quase todas as coisas são purificadas com sangue, e sem derramamento de sangue não há perdão. (Hebreus 9:15-22)


quinta-feira, 14 de julho de 2016

A abertura de uma nova perspectiva

A promessa foi gratuitamente feita a Abraão, não pedindo algo em troca a não ser a fé e a obediência decorrente da fé:.
"Porque, se a herança provém da lei, já não provém da promessa; mas Deus pela promessa a deu gratuitamente a Abraão."Gálatas 3:18
Deus, por sua soberana vontade, escolheu a Abraão e o conduziu, juntamente com sua família e todos os seus bens, para a terra prometida, onde peregrinou durante toda sua vida, adquiriu um campo para sepultar a esposa, Sara, ergueu altares a Deus, foi provado no Monte Moriá. De certa forma, humanamente falando, Abraão alcançou a promessa de uma nova terra para sua descendência, para seu povo; pelo menos a vislumbrou, a pisou, morou nela.
"Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia. Pela fé habitou na terra da promessa, como em terra alheia, morando em cabanas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa."
Segundo o conceito hebraico, a terra possui um valor inestimável, pois significa estabilidade, prosperidade, bênção. Abraão também recebeu o filho da promessa. Apesar de sua idade avançada e a de Sara, nasceu-lhes Isaque que cresceu e também teve filhos, Esaú e Jacó. Este teve 12 filhos, as tribos de Israel, que se multiplicaram e se tornaram uma grande nação. O salmista cantou.
"Eis que os filhos são herança do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão." Salmos 127:3
Para os israelitas, um lar completamente abençoado depende da presença dos filhos. Israel se tornou uma grande nação, tão numerosa como as estrelas do céu ou a areia do mar, utilizando a mesma figura de linguagem que aparece em Gn 22.17,18. 
"Que deveras te abençoarei, e grandissimamente multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus, e como a areia que está na praia do mar; e a tua descendência possuirá a porta dos seus inimigos; E em tua descendência serão benditas todas as nações da terra; porquanto obedeceste à minha voz." Gênesis 22:17,18
Embora Abraão não tivesse convivido com esta grande nação, contemplou-a pela fé, a partir de seu filho.
"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem. Porque por ela os antigos alcançaram testemunho. Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente. Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e por ela, depois de morto, ainda fala. Pela fé Enoque foi trasladado para não ver a morte, e não foi achado, porque Deus o trasladara; visto como antes da sua trasladação alcançou testemunho de que agradara a Deus. Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam. Pela fé Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, temeu e, para salvação da sua família, preparou a arca, pela qual condenou o mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé. Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia. Pela fé habitou na terra da promessa, como em terra alheia, morando em cabanas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa. Porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus. Pela fé também a mesma Sara recebeu a virtude de conceber, e deu à luz já fora da idade; porquanto teve por fiel aquele que lho tinha prometido. Por isso também de um, e esse já amortecido, descenderam tantos, em multidão, como as estrelas do céu, e como a areia inumerável que está na praia do mar." Hebreus 11:1-12


terça-feira, 5 de julho de 2016

Libertando o velho Homem

O mais terrível inimigo do Cristianismo tem sido um legalismo, oposto à simples mensagem da graça redentora do Senhor Jesus Cristo. O legalismo aparece como uma névoa, carregada de doença e morte, que se deposita sobre todas as superfícies dos empreendimentos do reino de Deus. É a pesada escuridão que, se não fossem as medidas da providência de Deus, já teria extinguido há muito a luz cristã. O legalismo significou uma volta à escravidão da lei. Não obstante, a lei teve a sua função durante um período de tempo. Paulo afirmou que a lei fora dada para tratar de transgressões específicas até a vinda de Jesus Cristo.
Logo, para que é a lei? Foi ordenada por causa das transgressões, até que viesse a posteridade a quem a promessa tinha sido feita; e foi posta pelos anjos na mão de um medianeiro. (Gl 3.19)
O propósito da lei era revelar o estado real da humanidade, para que as pessoas sentissem suas necessidades de Jesus Cristo e de seu evangelho de graça e perdão; a lei operou o diagnóstico da alma humana enferma em seus delitos e pecados para que as pessoas sentissem a carência do remédio eficaz que podiam encontrar no médico divino por excelência: Jesus Cristo.

O argumento de Paulo (Gl 3.21) é o seguinte:
Logo, a lei é contra as promessas de Deus? De nenhuma sorte; porque, se fosse dada uma lei que pudesse vivificar, a justiça, na verdade, teria sido pela lei. Gl 3:21
Se a lei pudesse dar vida, a justiça ou a justificação viria através da lei; entretanto, a lei não pode dar vida, pois ela acusa o pecado, mostra o pecado, e o pecado gera a morte. Dentro da história da salvação, a lei teve o seu lugar, foi importante para a organização e conscientização do povo de Deus, chamado a partir de Abraão. A lei é boa e necessária, quando utilizada de modo legítimo.
Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela usa legitimamente; Sabendo isto, que a lei não é feita para o justo, mas para os injustos e obstinados, para os ímpios e pecadores, para os profanos e irreligiosos, para os parricidas e matricidas, para os homicidas, Para os devassos, para os sodomitas, para os roubadores de homens, para os mentirosos, para os perjuros, e para o que for contrário à sã doutrina, Conforme o evangelho da glória de Deus bem-aventurado, que me foi confiado.(1 Tm 1:8-11).
Entretanto, antes da lei já havia a promessa a Abraão, mais especificamente, 430 anos antes.
Mas digo isto: Que tendo sido a aliança anteriormente confirmada por Deus em Cristo, a lei, que veio quatrocentos e trinta anos depois, não a invalida, de forma a abolir a promessa. (Gl 3:17)
De modo que a lei não podia desfazer a promessa. A aliança estabelecida entre Deus e Abraão e ratificada com a promessa não podia ser revogada, pois o próprio Deus foi quem tomou a iniciativa e o que Deus estabeleceu não pode ser desfeito. A promessa dependeu da fé e o princípio da fé é anterior e mais fundamental do que a lei mosaica, de modo que a promessa engloba a lei. Outrossim, a própria lei, para seus efeitos, dependia da fé daqueles que faziam as oferendas pelos pecados, dos sacerdotes, do povo. A promessa se cumpriu após o período em que a lei teve sua utilidade. Uma não é contrária à outra. A lei não pode invalidar a promessa porque veio através de um mediador:

E disseram a Moisés: Fala tu conosco, e ouviremos: e não fale Deus conosco, para que não morramos. Êxodo 20:19
Este é o que esteve entre a congregação no deserto, com o anjo que lhe falava no monte Sinai, e com nossos pais, o qual recebeu as palavras de vida para no-las dar. Ao qual nossos pais não quiseram obedecer, antes o rejeitaram e em seu coração se tornaram ao Egito, Dizendo a Arão: Faze-nos deuses que vão adiante de nós; porque a esse Moisés, que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe aconteceu. E naqueles dias fizeram o bezerro, e ofereceram sacrifícios ao ídolo, e se alegraram nas obras das suas mãos. Mas Deus se afastou, e os abandonou a que servissem ao exército do céu, como está escrito no livro dos profetas: Porventura me oferecestes vítimas e sacrifícios No deserto por quarenta anos, ó casa de Israel? Antes tomastes o tabernáculo de Moloque, E a estrela do vosso deus Renfã, figuras que vós fizestes para as adorar. Transportar-vos-ei, pois, para além da Babilônia. Estava entre nossos pais no deserto o tabernáculo do testemunho, como ordenara aquele que disse a Moisés que o fizesse segundo o modelo que tinha visto. O qual, nossos pais, recebendo-o também, o levaram com Josué quando entraram na posse das nações que Deus lançou para fora da presença de nossos pais, até aos dias de Davi, Que achou graça diante de Deus, e pediu que pudesse achar tabernáculo para o Deus de Jacó. E Salomão lhe edificou casa; Mas o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens, como diz o profeta: O céu é o meu trono,e a terra o estrado dos meus pés.Que casa me edificareis? diz o Senhor,Ou qual é o lugar do meu repouso? Porventura não fez a minha mão todas estas coisas? Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim vós sois como vossos pais. A qual dos profetas não perseguiram vossos pais? Até mataram os que anteriormente anunciaram a vinda do Justo, do qual vós agora fostes traidores e homicidas; Vós, que recebestes a lei por ordenação dos anjos, e não a guardastes. (Atos 7:38-53)
Assim como a promessa se cumpriu em Cristo, que é o único Mediador entre Deus e os homens
Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem. (1 Tm 2:5)
Ora, as promessas foram feitas a Abraão e à sua descendência. Não diz: E às descendências, como falando de muitas, mas como de uma só: E à tua descendência, que é Cristo. (Gl 3:16)
Em Gl 3.16 Paulo, em meio a uma reflexão considerada apenas um argumento humano, insistiu em que as promessas de Deus tinham sido feitas a Abraão e à sua semente ou descendência – a uma, e não a muitas.
E apareceu o Senhor a Abrão, e disse: À tua descendência darei esta terra. E edificou ali um altar ao Senhor, que lhe aparecera. (Gn 12:7)
Que deveras te abençoarei, e grandissimamente multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus, e como a areia que está na praia do mar; e a tua descendência possuirá a porta dos seus inimigos;E em tua descendência serão benditas todas as nações da terra; porquanto obedeceste à minha voz. (Gn 22:17,18)
Depois identificou esta semente com Jesus Cristo, declarando que Jesus Cristo é a verdadeira semente de Abraão. Mais uma vez o Senhor Jesus Cristo está no centro da reflexão. Isaque, filho de Abraão, não foi o instrumento para levar a bênção de Deus a todos os povos, pois a realização perfeita da promessa de Deus aconteceria com a vinda de Jesus Cristo, na plenitude dos tempos.


quinta-feira, 30 de junho de 2016

O legalismo na comunidade Cristã

A maior crise na História das igrejas primitivas foi precipitada pela infiltração do legalismo, que causou um impacto devastador na progressiva comunidade cristã
“Alguns homens desceram da Judéia para Antioquia e passaram a ensinar aos irmãos: Se vocês não forem circuncidados conforme o costume ensinado por Moisés, não poderão ser salvos".(At 15.1)
Nos dias do concílio de Jerusalém, a questão que agitou as igrejas primitivas foi esta: Deveria ou não o vinho novo do Cristianismo ser derramado dentro dos velhos odres do Judaísmo? Deveria ou não o tecido novo do Cristianismo servir de remendo ao vestido velho do Judaísmo? 

Seria impossível superestimar a seriedade desta crise particular.

Não nos enganemos:

O Cristianismo e o legalismo religioso de qualquer espécie, em qualquer época, são contrários, são princípios religiosos diferentes. 

O Cristianismo é a petição de um Advogado; o legalismo é o martelo implacável do juiz injusto. 

O Cristianismo são as mãos transpassadas; o legalismo é espada que fere. 

O Cristianismo conhece o perdão e a reconciliação; o legalismo conhece a exação e os anátemas. 

O Cristianismo é um tornar-se que produz fazer; o legalismo é um fazer estranhamente impotente para produzir um tornar-se. 

O Cristianismo é primavera, verão, outono e inverno, em seqüência ordenada; o legalismo é só inverno.


sexta-feira, 24 de junho de 2016

Renovando a mente

O desenvolvimento intelectual é talvez o aspecto mais negligenciado da santificação cristã. Sendo o próprio fundamento do crescimento espiritual, o fracasso nessa área mina todo o empreendimento do discipulado. Pois em Mateus 22:37-38, somos instruídos a amar a Deus com toda a mente e intelecto.
Respondeu Jesus: " ‘Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento’.Este é o primeiro e maior mandamento.(Mateus 22:37-38)


Destrutivo para a vida espiritual é o conteúdo anti-bíblico do pensamento de alguém, não o pensamento em si. “O novo homem”, de acordo com Colossenses 3:10, “ está sendo renovado em conhecimento, à imagem de seu criador”.

E vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou;(Colossenses 3:10)

Pedro faz do conhecimento cristão o fundamento para a “vida e para a piedade” 2 Pedro 1:3).

Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que conosco alcançaram fé igualmente preciosa pela justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo:

Graça e paz vos sejam multiplicadas, pelo conhecimento de Deus, e de Jesus nosso Senhor;
Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou pela sua glória e virtude;(2 Pedro 1:3)

Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.

E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus. (Romanos 12:1-2).
O novo testamento não ensina um evangelho diferente, mas ele é uma administração nova e superior do pacto Abraâmico. A maior partes das pregações populares faz distinções falsas entre os dois testamentos, com resultados desastrosos. Esta nova administração nos libera das práticas cerimoniais do Antigo Testamento, visto que Cristo as cumpriu. Agora, sob a nova aliança, somos livres para adorar a Deus como seres racionais; portanto, pregação, estudo e pensamento recebem preeminência no processo de santificação. 


Paulo opõem-se contra o antiintelectualismo da igreja moderna, que encoraja os crentes a permanecerem como criancinhas sem entendimento. A pregação contemporânea enfatiza o prático e procedural, e não o doutrinário e teológico.

O pensar como criaturas racionais produz algumas ramificações importantes. Se a essência da nossa natureza é a racionalidade, então um programa de desenvolvimento espiritual deve levar isto em consideração, de forma que trate os seres humanos como criaturas racionais, trataremos primeiro com a mente, os pensamentos dos indivíduos. Um programa de crescimento espiritual deve alcançar primeiro a mente. Isto é o que encontramos em Romanos 12:2.

E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.(Romanos 12:2)

Muitos cristãos, afetados por uma filosofia secular antiintelectual, também são ignorantes dos principais dogmas da sua fé, e isto revela sua desobediência às instruções bíblicas. Pela visão de que é o Deus soberano quem exerce um poder irresistível sobre a vontade do homem, por meio da mensagem do evangelho, é permitido que alguém se converta à fé sem um entendimento completo, todavia a Escritura ordena o estudo diligente da palavra de Deus para obtermos um entendimento intelectual abrangente da fé cristã.

A regeneração é uma reconstrução radical da personalidade e intelecto, após a qual a pessoa assume a autoridade bíblica como seu primeiro princípio. Contudo, muitas das falsas idéias que foram adquiridas anteriormente a conversão permanecem fazendo com que seus pensamentos e comportamentos exibam inconsistências irreconciliáveis com seu novo comprometimento fundamental. A partir da renovação da mente, descartamos as idéias anti-bíblicas, fazendo com que nossos pensamentos e ações se conformem à palavra de Deus. Posso até mesmo afirmar que se trata de uma prescrição para a vida cristã. Muitas pessoas alegam que desejam conhecer a vontade de Deus, mas falhando em seguir a instrução de Paulo, entendem incorretamente a própria natureza da vontade de Deus, e como ele a revela para nós. O misticismo pode ser mais espetacular e romântico, mas é também a forma anti-bíblica e preguiçosa de buscar a Deus. A transformação espiritual é a única forma de “experimentar e comprovar” qual é a vontade de Deus, Paulo nos diz para treinarmos a pensar como cristãos, de forma que possamos testar algo para ver se é a vontade de Deus, e se aprovaremos o pensamento ou ação em questão.

Precisamos considerar o programa de desenvolvimento cristão, pensando em nós mesmos como criaturas racionais, de forma que cada estratégia designada para aumentar nossa piedade deve primeiro atingir nossa mente. A familiaridade com a escritura produz discernimento espiritual. Só através do conhecimento é possível alcançar maturidade espiritual.